Disennasá
a iris do olho
a lente da mulher
revela a magia do ser que ela é
resgata beleza, tristeza, memórias
revela a verdade que cheira leite
a lente do olho
a irís da mulher
não nega raça, não pede arrego, arregaça as mangas e vai!
no deleite de seus desejos quebra regra
e na rotina sabedoria derrama seu furor
troca palavras, afetos, olhares e sabores
como uma griot do cotidiano sentada de baixo de sua arvore mãe
que no lugar de folhas, caem sangue de seus ciclos que molham a terra
alente do olho
a íris a mulher
sobrevoa o caos dos pensamentos como águia em gira
reconhecendo a presa, o grande espirito que abita dentro dela.
sua presença de expande e de decanta na elegância visceral que é amamentar
criar um ser é questionar a existência
Ninguém silencia a iris da mulher
nada fica entalado em sua garganta,
o elã do grito que ecoa com cheiro de alfazema!
pela lente do amor
pela lente da dor
latente
ardente é ser
ardente é ser
pertencer a você.
1 de ago. de 2017
28 de mai. de 2017
TEMPLO
Mulher preta gira mundo
Latina, americana pisa o velho mundo a trabalho ou não, trabalha
Batalha na abertura de mentes que, mentindo, negam seu valor
Mentes mentirosas que arrancam da mulher seu sagrado e insistem em violentar seu corpo com olhares que cortam feito espada,
Cortam suas madeixas, cortam as curvas do seu corpo cortam sua pele, escura ou clara, inegavelmente pele de mulher preta.
Por vezes violam seu corpo na quebrada de alguma estrada
Num vagão de metrô, num ônibus lotado, num aeroporto ou mesmo num beco, numa caminhada vaga...
Mulher preta o é em qualquer lugar, duplamente estigmatizada
Estamos aqui, ali, ou lá para relembrar que não somos mais escravizadas
Que nosso corpo, preta, nosso crespo, nossa dança, é poesia armada
É pá pa pa quebrando mentes quadradas
É pássaro solto voando continentes
É baobá de raiz forte e aterrada
Corpo de mulher, preta, é templo
Faz tempo que ouço e repito
Levante sua cabeça, firme seu passo
E caminhe se sabendo livre mesmo em um mundo marcado pelo atraso
Latina, americana pisa o velho mundo a trabalho ou não, trabalha
Batalha na abertura de mentes que, mentindo, negam seu valor
Mentes mentirosas que arrancam da mulher seu sagrado e insistem em violentar seu corpo com olhares que cortam feito espada,
Cortam suas madeixas, cortam as curvas do seu corpo cortam sua pele, escura ou clara, inegavelmente pele de mulher preta.
Por vezes violam seu corpo na quebrada de alguma estrada
Num vagão de metrô, num ônibus lotado, num aeroporto ou mesmo num beco, numa caminhada vaga...
Mulher preta o é em qualquer lugar, duplamente estigmatizada
Estamos aqui, ali, ou lá para relembrar que não somos mais escravizadas
Que nosso corpo, preta, nosso crespo, nossa dança, é poesia armada
É pá pa pa quebrando mentes quadradas
É pássaro solto voando continentes
É baobá de raiz forte e aterrada
Corpo de mulher, preta, é templo
Faz tempo que ouço e repito
Levante sua cabeça, firme seu passo
E caminhe se sabendo livre mesmo em um mundo marcado pelo atraso
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