1 de ago. de 2017

POR JOSI LOPES

Disennasá

a iris do olho
a lente da mulher

revela a magia do ser que ela é
resgata beleza, tristeza, memórias
revela a verdade que cheira leite

a lente do olho
a irís da mulher

não nega raça, não pede arrego, arregaça as mangas e vai!
no deleite de seus desejos quebra regra
e na rotina sabedoria derrama seu furor
troca palavras, afetos, olhares e sabores
como uma griot do cotidiano sentada de baixo de sua arvore mãe
que no lugar de folhas, caem sangue de seus ciclos que molham a terra

alente do olho
a íris a mulher

sobrevoa o caos dos pensamentos como águia em gira
reconhecendo a presa, o grande espirito que abita dentro dela.
sua presença de expande e de decanta na elegância visceral que é amamentar
criar um ser é  questionar a existência

Ninguém silencia a iris da mulher
nada fica entalado em sua garganta,
o elã do grito que ecoa com cheiro de alfazema!

pela lente do amor
pela lente da dor

latente
ardente é ser
ardente é ser
pertencer a você.