30 de nov. de 2011

SEMELHANÇAS

Enquanto esse trem me leva eu vou levando a vontade de lhe dizer
Adiando...adianta?
Adiante-se!
Sorrisos calados quando não se tem o que dizer
As palavras são sinceras, mas há aquelas que sabem enganar bem
Pro nosso bem
Mas essas (aquelas) são palavras mudas
Não falam, saem de nossas bocas apenas
Bocas que não se tocaram
Mas que nos tocaram mutuamente e inversamente
Não são as palavras que me fogem, fo...em
Sou eu que fujo delas
Pra não trocar o g pelo d


escrito em 2004

26 de nov. de 2011

OS HOMENS ODEIAM, AS MULHERES ADORAM

Bem quando está este tempinho
Fez bem esse aconchego e esse carinho
Esquenta o coração e vai aquecendo tudo
Um giro na cabeça que faz acreditar na inocência do mundo
Menino, homem, gente
Faz voltar a ser crente
Crente na sinceridade de quem tudo fala
Levando, gostando e colocando mais umas estrelas nessa mala

24 de nov. de 2011

SARA

Que esteja dentro, adentro em mim para encontrá-lo

As feridas externas estão dentro

Vejo pequenas chagas que devem ser eliminadas

Não transferidas

Fortaleço o corpo, fortaleço dentro

Adentro e encontro força nas entranhas, não estranhas

Cada anticorpo em favor do meu corpo

Curo a cabeça, fortaleço os ossos, engrosso o sangue, limpo a pele

Encorpo o ser

20 de nov. de 2011

COM CIÊNCIA NEGRA

Salve meu avó Ilídio. Que quase foi vendido na adolescência mesmo não tendo nascido escravo. Mas ele era mais esperto que seus “donos” e hoje brilha lindo nos céus.
Salve minha avó Vicentina, filha de portugueses, mas era negra sim, e corajosa casou com meu avó e pariu 9 filhos negros.
Salve minha família toda negra, meus quatro tios, quatro tias, negrada de luta.
Salve minha mãe Dulce, com ela aprendi a ser gente linda e cantar e cantar e cantar...
Salve meu pai José, a força negra que chega onde quer, com ele aprendi a seguir meu caminho e ser sempre capaz
Salve meus irmãos Hugo e Alexandre meus pretos amores de muitas vidas
Salve o Rosas de Oxalá, grupo de consciência negra do qual fiz parte desde que tinha uns 5 anos e que hoje faz parte da minha história de consciência e da paz que carrego em mim
Salve as dezenas de guardas de congado às quais conheci desde que tinha também uns 5 anos e a que conheci ontem, aos 29 anos, e todas as outras guerreiras que conhecerei nessa vida afora
Salve meus amigos pretos, brancos e meus amigos coloridos todos que são verdadeiros irmãos
Salve o amor que permite a miscigenação e que nos leva além.
Salve o tambor, Salve o amor.
Salve eu, Salve você, Salve todos os corações de bem!

17 de nov. de 2011

PRETAS

Preta
Não te culpo
e até nesta dor, posso ver que você não vive no escuro
Perdoa minha insensatez, perdoa minha timidez, perdoa minha determinação desenfreada
Preta
Nem me culpo
É que o ardor queimou meu escudo
Perdôo sua altivez, perdôo minha estupidez e a ele perdôo pela segunda vez
Preta
Perdão foi feito pra gente pedir

15 de nov. de 2011

LEIA

Papel aceita qualquer coisa
Coisas quaisquer
Verdades absolutas, mentiras resolutas, histórias de lutas
Lutas de amor, lágrimas de dor, dinheiro pra pastor
Tudo isso cai no papel
O paladar sabe quando o sabor é de mel
Mas a visão
essa lê.
Lê linhas sem fim e detecta até essas minhas letras
Quem é que escolhe o que entra no coração?
Paladar, tato, olfato, audição, visão
Não são os sentidos sozinhos.
Não somos sentidos sozinhos.
Há mais sentidos e há pré-sentidos
Pressente-se, sente-se e não escolha qualquer coisa.

10 de nov. de 2011

ELISA

escrevendo para mim mesma.
para ver se escuto um coração que não se cansa de dizer.
para me dizer que não há lugar mais importante do que dentro de mim.
para me lembrar que más lembranças não devem ficar.
pra me encorajar a escolher e seguir firme.
não há caminho errado se para frente é prosperidade.
não vou cair no medo.
já estou em pé faz tempo.
vou largar a mala pesada e levar só o indispensável.
não vou sentar nessa dúvida.
estou indo.
quem está de pé que venha comigo.
levante-se.
Avante.
Avance.
Consagrada à Deus, não há de ser diferente.

8 de nov. de 2011

HÁ EM TUDO

mas ainda tem muitas flores no caminho. tenho aqui vários jardins de imortais orquídeas, antigas rosas, tulipas no corpo. meu choro vem após a tempestade que mata algumas delas. sei que a chuva é alimento. que a água lava o corpo da tulipa. queria só chuva fina. não, não queria. queria sempre o sol. não, nem queria. a difícil missão de se conectar somente com a beleza que há em tudo.

3 de nov. de 2011

COLOCA PIMENTA, TIA!

nunca falta tempo pro forte. e aqui já não sobra espaço neste suporte. sigo suportando e também me importando. o que é de fato importante? há conchavos que não me convencem, alianças de plástico. há sorrisos de lagartos. boca grande, muitos dentes. poucos sentem. eu sinto muito, mas não estou sentida. estou curtida. curtida em mel pra suportar todo o fel. concentrada nos doces e nos temperos da vida. coloca pimenta, tia!