31 de jan. de 2013

LIÇÃO XIX


Quando se aprende
A amar e se dorme
No assunto sem consumir
Minutos sem pensar
Em consertar ou tentar
Reconstruir
Descansa o corpo
Pesado da cabeça cheia
De desejos da alma

junho de 2012

28 de jan. de 2013

CENA



A moça de negro tem clara intenção. Troca a roupa, as idéias não. Segue até a entrada principal. Adentra sem atentar para a mensagem no sinal. Entra no quarto escuro. Tira as últimas roupas vestidas. Escuta sons do outro lado do muro. Segue inerte nas suas investidas. Claramente a luz se acende. Vê-se aos pés da cama um homem inconsciente. Ela observa e veste-se sem dificuldades. Recomposta, sai pela mesma porta em que entrou. Ao ver o mundo de fora, se esquece da cena que presenciou.
Passou.

24 de jan. de 2013

ADELANTE


A chuva é tão fina, que da janela quase não se vê. O frio é tão sutil, que no corpo quase não se sente. A mente mais calma já não mente mais. Vive. “A vida é a mais suprema obra de arte”. Simples na sua complexidade. 

18 de jan. de 2013

PERSISTÊNCIA

"Quando o homem se resolve modificar a conduta moral para melhor, parece defrontar uma conspiraçao geral contra os seus propósitos de enobrecimento. Tudo se altera e desgoverna. As mínimas coisas se fazem complicadas, o ritmo dos acontecimentos, por algum tempo, muda para pior. Esse estado de coisas leva o candidato à reforma intima a retroceder, a desistir. É natural, porém, que assim aconteça. Toda transferência modifica o habitual. Na área das ações morais a reação é maior, porquanto se penetra nas raízes do mal para extirpá-lo, a fim de dar surgimento a novos e equilibrados costumes. Não abandones, desse modo, os teus intentos de moralidade e crescimento interior, em razão das primeiras dificuldades a enfrentar".

joannna de angelis

15 de jan. de 2013

MAIS UMA DOSE


Olhar para o outro é se voltar para dentro de si. A cada novo que surge, vem junto uma nova oportunidade de se auto conhecer.  O outro é sempre um espelho que se reflete no olhar. Por vezes é feio, tal qual você mesmo. Noutras só beleza, a sua beleza. É que a gente sempre fala de si. E cada um é um mundo. Bonito e feio. Triste e feliz.
O desânimo frente ao mundo, é a falta de animo em si mesmo.  A percepção disso é um primeiro passo. Encarar é outro passo, bem mais difícil de ser dado.
O desapego é vitamina que ajuda a caminhar. É bom tomar uma dose todos os dias.
Estou doente, mas acredito na cura. De fora pra dentro e de dentro pra fora.


 foto retirada da página de "poesia, um santo remédio"



14 de jan. de 2013

EU ENVERGO MAS NÃO QUEBRO


Se por acaso pareço
E agora já não padeço
Um mal pedaço na vida
Saiba que minha alegria
Não é normal todavia
Com a dor é dividida
Eu sofro igual todo mundo
Eu apenas não me afundo
Em sofrimento infindo
Eu posso até ir ao fundo
De um poço de dor profundo
Mais volto depois sorrindo
Em tempos de tempestades
Diversas adversidades
Eu me equilibrio e requebro
É que eu sou tal qual a vara
Bamba de bambú-taquara
Eu envergo mas não quebro 
Não é só felicidade
Que tem fim na realidade
A tristeza também tem
Tudo acaba, se inicia
Temporal e calmaria
Noite e dia, vai e vem
Quando é má a maré
E quando já não dá pé
Não me revolto ou me queix
E tal qual um barco solto
Salto alto mar revolto
Volto firme pro meu eixo
Em noite assim como esta
Eu cantando numa festa
Ergo o meu copo e celebro
Os bons momentos da vida
E nos maus tempos da lida
Eu envergo mas não quebro 
LENINE


11 de jan. de 2013

BELEZA BLASÉ




Um tempo para purificar, para tirar as pedras da mochila, pra ficar só, para somente estar.
Optar pelo tranqüilo, leve caminhada pelo jardim, sentindo a chuva a lavar.
Dias nublados, são belos, são sinceros nas suas cores.
Cinza é cor bonita, blasé e sem dores.
Tem algo de suavidade, suave coragem de não ousar
Momento de inércia,  mas há movimento na quietude a me levar
Não é hora nem do preto, nem do branco, nem nada muito vibrante
Cinzas ao vento, essa é a beleza do instante.

8 de jan. de 2013

LIBERAR E LIBERTAR-SE



Em tempos de desenlace, aqui ainda tem
Tem sinceridade e esperança
Tem desapego e confiança
Em tempos desembaraço, aqui ainda tem
Tem carinho numa caixa com laço
Tem pra ele um abraçaço

Em tempos de espera, tem moça na janela
O coração desacelera e passa a marcha pra ela
Em tempos de limpeza, convive-se com a pureza
Vida à frente é a certeza de que virá muita beleza

Na simplicidade das palavras, a veracidade do sentimento
A rima é fácil, a lida é fácil, difícil é o sofrimento