SEDE DE LEÃO

olhar de bicho
mão
afago quente
desejo de leão
calma tem
não
segura entre os dentes
realidade e ilusão

Transcende no encontro
vida não explica
morte é ir além
Cabeça no lugar
Cabeça?
Lugar?
Onde estiver seu coração lá estará sua alma
Aqui está o seu corpo
Dentro tudo se explica
No silêncio de um amém
Dois corações, um lugar
Cabe?
Será?
Onde estiver meu corpo lá estará sua calma

Acalma aqui nesse mar
Navega nesse ventre
Entre
Porta aberta a esperar
Coração quente
Mente fria, mente
Tudo quente
Ferve um desejo contido
Contigo
Conte
Comigo
Cante

Solta a voz
Solta o bicho
Solta
Leão
Jaula
Pelo selvagem que vivo
Rio que corre pro mar
Só rio
Riso solto, grito
Preso na garganta
Esse bicho
Selvagem contido
Desejo passa
Ainda não
Transforma
Ainda não

O querer vem de uma fonte inesgotável
É água de nascente
Fresca e ardente
Só rio mata sede
Volta pra beber
Água de ventre
Bicho que é gente

DÚVIDA

Cura de paixão
É processo intenso
Até pras mais experientes
Lateja
Palpita
Falta ar
Duvida
Dá vontade de voltar
Respira

Cura de paixão
é processo denso
É riso que vira raiva entre os dentes
Almeja
Instiga
Falta ar
Duvida
Dá vontade de ligar
Respira

FOSSE NOITE DE VERÃO

Evitando contato
Um dia inteiro
Não te conto, mas penso
Penso intenso
Meia noite
Viro na cama vazia
Seu cheiro já não existia
Temo o abandono
Mas já te amo
Uma hora
Escrevo pra dar vazão ao tesão
Tem jeito não
Fosse noite de verão
Eu dormiria no chão