jogar o corpo no mar, no vento, a cara, no sol
trabalhar, ceder, ser, renascer
uma família, somos um, renascendo para libertar
feliz natal
24 de dez. de 2015
28 de nov. de 2015
MULHER NEGRA NA ARTE
O convite para participar de uma mesa/debate que tem como tema "Mulher
Negra, Arte e Educação para as Relações Étnico-Raciais" já é por si só um
ato político que nos diz que a luta das mulheres, mulheres negras nesses 1.515
anos de história do Brasil não foi em
vão. Isso sem falar nas ancestrais
indígenas que deixaram como legado para nosso país toda a sua força raiz!
A primeira coisa a
dizer, em nome do Coletivo de Negras Autoras, é que somos fortemente gratas
pelas nossas ancestrais todas as mulheres negras que abriram caminho para que
hoje façamos o que estamos fazendo, ou seja, para que possamos continuar a
lutar por liberdade. Hoje, certamente, com muito mais liberdade do que há
alguns anos atrás.
A mulher negra na arte,
como em quaisquer outros espaços que não sejam aqueles que nos foram
pré-determinados baseados em pensamentos racistas e machistas, é também uma
forma de contribuir para a equalização dos direitos de nós, mulheres negras.
O Coletivo de Negras
Autoras nasceu do desejo de ver a mulher negra protagonizando sua própria
história. Através de composições
autorais, músicas, textos, poesias, criar um trajeto cênico musical que falasse
do universo da mulher negra, com criação e execução dela mesma. Quando falo
“mulher negra” falo de um singular carregado de uma diversidade plural. Somos
muitas e somos diversas, mas sabemos que quando gritamos a uma só voz somos
mais ouvidas e conseqüentemente alcançamos mais resultados. É o grito!
A “mulher negra” deste
texo/fala sou eu, são minhas companheira do coletivo, são as bititas, são vocês
aqui presentes e todas aquelas outras que não estão aqui hoje, mas que estão presentes
conosco na luta.
A dramaturgia do
espetáculo NEGR.A e suas músicas, foram construídas passando por histórias
pessoais das autoras, mas nenhuma dessas histórias é inédita. Sabemos que muito
pelo que passa uma mulher, passam muitas outras. Então construir uma
dramaturgia pautada no universo de negritude e de feminismo negro é algo tão
natural para mulheres despertas quanto acordar e ir trabalhar. É cotidiano.
Nossa militância é diária e não poderia deixar de estar presente no nosso
trabalho artístico.
Quando falamos de
música no Brasil sabemos que o legado africano é imenso e extremamente
importante. Ritmos como coco, samba,
blues, congado, funk, maracatu , dentre outros, tem fortes características da
música africana e mesmo que a música mais popular (aqui no sentido pop, música midiática)
tenha a mistura européia e asiática também presentes na sua formação, não há dúvidas
que de que a influencia africana na musica popular brasileira é muito forte.
Na nossa história
recente sabemos de artistas negros que criaram grandes sambas e venderam para
outros interpretarem ou mesmo assinarem tal samba (vejo um samba ser vendido, o
sambista esquecido, o seu verdadeiro autor), compuseram canções que se
transformaram em hits nas rádios na voz de artistas pops (a cor dessa cidade
sou eu, o canto dessa cidade é meu) e criaram estilos musicais, tais como o
samba reggae. Toda a música negra no Brasil tem espaço e é até muito aceita e
disseminada pelo mercado, desde que na voz e corpo de uma pessoa branca.
Ainda na música, à
mulher é reservado o lugar de intérprete. É muito bonito ver uma mulher
cantando, sua graça e beleza, enriquecem a performance, se for como backin
vocal, atrás de uma banda formada exclusivamente por homens é ainda melhor...
Não! Não mais!
É visível que já faz algum tempo que estamos
abrindo espaço e ocupando esses lugares. Como disse no início do texto, se hoje
estamos aqui é porque muitas vieram e lutaram antes de nós.
Hoje temos mulheres
cantoras, compositoras, instrumentistas, diretoras, produtoras, dramaturgas,
atrizes... e vai ter mais!
A mulher negra nas
artes cênicas. O teatro, dança, TV e
cinema ainda são espaços elitistas e
pouco ocupados mesmo pelo homem negro. Quando há papeis para que os negros
desempenhem, esses personagens são sempre os mesmos, escravos, serviçais,
bandidos... Para a mulher, mesmo a mulher branca, no cinema seu lugar ainda é
de “a bela” sem falas, apenas compondo
enredos predominantemente masculinos. Pensemos então o que é o papel mulher
negra nas artes cênicas. Quase nulo, e quando ele existe é de muita
submissão.
Existem documentários
tais como “a negação do Brasil” que conta um pouco da história dos negros e
negras nas telenovelas Brasileiras. Para quem ainda não viu vale muito conferir
esse documentário que fala, por exemplo, da personagem “Gabriela” do romance de
Jorge Amado. Sabemos que Gabriela é uma mulher negra, mas na sua versão para
interpretá-la na TV foi escollhida uma atriz branca. Novamente na segunda
versão de Gabriela, recentemente exibida na TV, temos a atriz Juliana Paes que
nas primeiras cenas da série aparece com tanta maquiagem para enegrecer a moça
que quase temos ali um “Black face”.
Escrava Isaura, inicialmente, também era uma personagem negra, mas que
sendo interpretada por uma atriz branca muda totalmente o contexto da história
e acaba por reforçar o racismo. Uma nova
novela “escrava mãe” vem sendo gravada pela rede Record, novamente temos ali
para interpretar uma personagem negra, uma atriz que se não é branca, no mínimo
tem fortes traços de miscigenação (cabelos lisos, traços característicos de
brancos e pele morena) que a clareiam e não deixam explicito a negritude da personagem
que ela interpreta. Será que ainda não temos artistas negros com competência
para encarar a interpretação desses
personagens? Eu sinceramente não acredito nisso! Recentemente Viola Davis,
primeira atriz negra a vencer o Premio Emmy de melhor atriz nos disse que .
"A única coisa que separa mulheres de cor de qualquer outra pessoa é
oportunidade. Não se ganha esse prêmio sem um papel". E assim é! Dizer que
não há negros competentes para estarem no mercado de trabalho artístico ainda é
uma estratégia de nos manter fora. Mas estamos aqui e com competência! Viola
Davis, Lupita Nyongo, Zeze Mota, Isaura Bruno, Ruth de Souza, Tais Araujo,
Juliana Alves, Eda Costa, Lais Lacorte, Josi Lopes e tantas outras mulheres
negras mostrando que somos de luta e de arte.
A arte é uma arma
política, mais um instrumento para tocar as pessoas e contribuir para melhoria
dessa sociedade ainda tão desigual. Com a força da nossa união somos capazes de
realizar a transformação social e política que tanto almejamos para nossos
filhos. Estamos aqui, mulheres, negras, artistas e queremos ser vistas e
ouvidas.
texto produzido para o seminário
Mulher Negra, Arte e Educação para as relações Étnico Raciais
FAN - Festival de Arte Negra
27/11/2015
7 de nov. de 2015
16 de out. de 2015
SOUL.PRETA
Quando a nudez foi considerada crime?
Se foi, já não é mais.
Se você ainda não sabia, aqui estamos apenas para lembrar o
que já foi dito muitas vezes, que a nudez é livre, linda, liberta e digna.
A nudez é sincera e democrática em sua essência. Para a nudez, não há padrão mais belo do que
a verdade. Cada reta, linha, curva, espiral, cacho, manchas e cores de um corpo
nu, dizem mais do que quaisquer palavras.
Nada mais perfeito que a imperfeição, tão natural quanto uma mulher nua. Deixamos o
padrão para as mentes massificadas, chapadas, manipuladas. Como mentem essas
mentes...
Aqui estamos sinceras!
Mulheres negras, nuas, reais, realeza.
Te convidamos a descolonizar a sua mente que por tantos anos
nos sexualizou de maneira perversa. Que
nos viu como objeto de exploração e não de erotização.
Aqui estamos inteiras com as nossas almas e corpos libertos!
Liberte sua mente!
foto Thaís Costa
3 de out. de 2015
27 de set. de 2015
O GRITO NEGRO
nem sabia que este grito estava lá, preso... ou sabia... enfim,
o fato é que ele veio em crescente,
mas já chegou forte e potente
um grito longo e intenso
que poderia ter durado por muito mais que um momento.
até a garganta secar
até o corpo não mais aguentar
Expurgamos
Demos início
A mudança não é de hoje e durará muito mais do que até amanha
mas não existe momento que não seja o agora
e agora eu digo que sinto que gritei
gritei junto
um grito uno e diverso
de diversas dores engolidas, não mastigadas, doloridas
gritei
expurguei
junto deles que somos eu
meu corpo gritou junto
me jogou pra frente num impulso
meus dedos se abriram e minhas mãos se expandiram
Gritei
com todo meu corpo
Gritei
com toda minha alma
um grito nosso, de alma
Soou, Soul
22 de set. de 2015
MENSAGEM DE AMOR (ponto)
- nem queria falar mais por aqui, mas enfim, estou cheia de pensamentos e como não tenho seus ouvidos e nem seus olhos, vou escrevendo... outro dia acho que li ou ouvi alguma coisa que dizia que "gostar é ótimo, o problema é quando se começa a querer ter o que se gosta". e acho que a coisa podia começar a ir por aí. e assim não é bom... o bom é com liberdade, poder voar e pousar de volta sempre que se quer. idealmente isso é lindo! mas além de água, eu sou fogo e não sei viver no meio do caminho. E na medida que me vi te querendo demais acho que é hora de deixar de te querer. Isso porque te entendo e respeito seus pensamentos e sentimentos. Mas também me respeito muito e desta forma me preservo. Esse nosso "encontro" foi lindo e eu quero ficar só com as coisas boas. Não quero tristeza ou decepção com você. E para isso não acontecer eu não posso criar expectativas, mas eu crio... e agora eu estou falando de coisas simples, como uma "promessa" de telefonema, encontro, mensagem não respondida, enfim, coisas pequenas, mas que podem se transformar em grandes na medida em que se entra nessa paranoia. Eu não quero, não gosto e não compartilho disso. Por isso eu sigo o meu caminho (mais uma curva) e falo para você seguir o seu. Priorizando o gostar, acima do ter! Hoje, além destes pensamentos e muitos outros, sinto falta do seu corpo e do meu. Mas isso também passa... junto com a vontade do beijo
... de 16/13/2012. só pra lembrar que tudo nessa vida passa ...
19 de set. de 2015
2 de set. de 2015
PARCERIA DO DIA
Ela é preta
É negra da rima
Carrega seu corpo estandarte onde vai
Voz de reação
Chama pra ação
Ela é mulher e grita pelo que quer
Ela é mista
Índia da periferia
Carrega a revolução entre os dentes
A luta ainda não findou
E ela segue protegida
Tem sangue da Dandara
Tem sangue de Mairum
Tem sangue de Nzinga
Carolina, Cora e Pagu
Escreve história nas linhas da lida
A sua luta tem suingue de mandinga
Ginga na canção
Marca geração
Seu corpo é luz e vence a escuridão
Seu riso branco vence qualquer demanda
Ela tem um olhar de flecha certeira
Seu canto é revolução
Faz água brotar do chão
Oooooeeeeeoooo
Ooooooeeeeeeeeeee
A luta ainda não findou
E ela segue protegida
Tem sangue da Dandara
Tem sangue de Mairum
Tem sangue de Nzinga
Carolina, Cora e Pagu
música de Maíra Baldaia e Eu
:)
16 de ago. de 2015
APLAUSO
Antes que as luzes se apaguem e o nosso tempo acabe
Conte-me isso que você tem pensado
Antes que as luzes se apaguem e o nosso tempo acabe
Dance mais uma vez
Antes que as luzes se apaguem e o nosso tempo acabe
Me cante aquela canção
Antes que as luzes se apaguem e o nosso tempo acabe
Me dê um beijo
As luzes se apagaram o tempo acabou, agora é da porta para
fora
Lá tem luz e o tempo de uma vida
Recomeça o teatro do ser, de ser
Não existe arte que não seja viva
Riso e Lágrima
9 de ago. de 2015
ESTADO SEM SENTIDO
O clima cinza harmoiza com meu sentir
Sol entre nuvens, frio e vontade não ir
Ficar nesse estado sem sentido
Sem estar sentindo
Indo
Em direção ao o quê
Sem porquê
Com uma incerteza do que se é e do que se há de ser
Materializando nas palavras sentimentos vãos
Na esperança de que assim se desfaçam os meus nãos
5 de ago. de 2015
CORAGEM
“A semente não pode saber o que lhe vai acontecer, a semente jamais conheceu a flor. E a semente não pode nem mesmo acreditar que traga em si a potencialidade para transformar-se em uma bela flor. Longa é a jornada. E sempre será mais seguro não entrar nela, porque o percurso é desconhecido, e nada é garantido... mil e uma são as incertezas da jornada, muitos são os imprevistos - e a semente sente-se em segurança, escondida no interior de um caroço resistente. Ainda assim ela arrisca, esforça-se; desfaz-se da carapaça dura que é a sua segurança, e começa a mover-se. A luta começa no mesmo momento: a batalha com o solo, com as pedras, com a rocha. A semente era muito resistente, mas a plantinha será muito, muito delicada, e os perigos serão muitos.
Não havia perigo para a semente, a semente poderia ter sobrevivido por milênios, mas para a plantinha os perigos são muitos. O brotinho lança-se, porém, ao desconhecido, em direção ao sol, em direção à fonte de luz, sem saber para onde, sem saber por quê. Enorme é a cruz a ser carregada, mas a semente está tomada por um sonho e segue em frente.
Semelhante é o caminho para o homem. É árduo. Muita coragem será necessária”.
Esta descrição da carta me faz refletir sobre todos os momentos em que precisamos ser como a semente: aceitar o campo em que caímos e, mesmo dentro de um casca rija, acreditar nos nossos sonhos e romper esta casca, olhando em volta, intuindo onde estamos e para onde vamos.
Se o ambiente for inóspito, temos que, pacientemente, esperar pela chuva e pelo sol que vêm fortalecer nosso crescimento. Temos que encontrar uma brecha entre as pedras e os espinhos para serpentear nosso caule e abrir nossa copa e nossas flores debaixo do vasto céu azul que nos espera.
Não havia perigo para a semente, a semente poderia ter sobrevivido por milênios, mas para a plantinha os perigos são muitos. O brotinho lança-se, porém, ao desconhecido, em direção ao sol, em direção à fonte de luz, sem saber para onde, sem saber por quê. Enorme é a cruz a ser carregada, mas a semente está tomada por um sonho e segue em frente.
Semelhante é o caminho para o homem. É árduo. Muita coragem será necessária”.
Esta descrição da carta me faz refletir sobre todos os momentos em que precisamos ser como a semente: aceitar o campo em que caímos e, mesmo dentro de um casca rija, acreditar nos nossos sonhos e romper esta casca, olhando em volta, intuindo onde estamos e para onde vamos.
Se o ambiente for inóspito, temos que, pacientemente, esperar pela chuva e pelo sol que vêm fortalecer nosso crescimento. Temos que encontrar uma brecha entre as pedras e os espinhos para serpentear nosso caule e abrir nossa copa e nossas flores debaixo do vasto céu azul que nos espera.
OSHO
1 de ago. de 2015
PRA COMPLETAR 33
Não sou tao amarga e nem tao doce quanto eu pensaria
Nem tanto quanto alguns pensam que sou
Complexa
Soul simples
Alma
Soando e ritmando
Meu canto pode te fazer chorar, doer, incomodar
E pode te dar alegria, amor e vontade de dançar
Meu ritmo
Pára não
No silencio tem dança
Dança comigo
Sou maturidade e infância
26 de jul. de 2015
DUAL COMO SOU, COMO SOMOS
No mar encontro amplitude, grandeza quase infinita, que se espalha num sem fim desse mundo onde o fim, meus olhos nao alcançam.
Braveza e calmaria andam de maos dadas e fazem do ser quem é. Quem sou. O som que se forma no encontro com os outros elementos.
Água e vento, som de mar
Água e rocha, som de mar
Água e sol, som
Somente compreendo quando me fundo com a água do mar. No fundo, sem me desesperar, me sinto ele.
Bravo e Calmo. Dual. Inteiro.
Braveza e calmaria andam de maos dadas e fazem do ser quem é. Quem sou. O som que se forma no encontro com os outros elementos.
Água e vento, som de mar
Água e rocha, som de mar
Água e sol, som
Somente compreendo quando me fundo com a água do mar. No fundo, sem me desesperar, me sinto ele.
Bravo e Calmo. Dual. Inteiro.
14 de jul. de 2015
CHORO SECO
um corpo que chora
A ponta dos dedos arrepiam por dentro. Os pelos não. Não é arrepio bom. É dor que não sai pelos olhos. É que quem chora muito, descobre como se afogar mesmo sem lágrimas. Num oceano interno criado de lágrimas que não saem pelos olhos e de dor que não sai pelas palavras da boca.
Choro seca.
A ponta dos dedos arrepiam por dentro. Os pelos não. Não é arrepio bom. É dor que não sai pelos olhos. É que quem chora muito, descobre como se afogar mesmo sem lágrimas. Num oceano interno criado de lágrimas que não saem pelos olhos e de dor que não sai pelas palavras da boca.
Choro seca.
4 de jul. de 2015
33!
Que o ódio jamais se aninhe em meu coração
Que o medo nunca vença meu corajoso perdão
Que a velhice me alcance leve, forte e flexível
Que as rugas venham como marcas de uma experiência sensível
Que meus sentidos sejam para sempre valentes
E meus olhos sejam verdadeiras lentes
Que lentamente eu possa alcançar um outro nível
De uma serenidade sentida, contagiante e perceptível
Que venham os 33!
24 de jun. de 2015
LIBERDADE
"Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom
Daqui não, eu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares, vou sonhando em outros ares
Vou fingindo ser o que já sou, fingindo ser o que já sou
Mesmo sem me libertar, eu vou
É, Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro
Seguro de que vale ser aqui
De que vale ser aqui onde a vida é de sonhar
Liberdade"
Marcelo Camelo
21 de jun. de 2015
A MOÇA DE ROSA
Hoje a letra não veio fácil, de uma só vez, escorrendo palavras dos lábios, não.
Hoje tive que apagar, recomeçar. Nem sei se esta aqui ficará.
Hoje perdi o ônibus, esperei por horas para ir para perto dele, do mar. Mas a condução não veio, com isso perdi o rumo, deitei no escuro e lamentei.
Não entendo porque às vezes ainda não consigo simplesmente me divertir. Seguir em outra direção, me jogar por aí.
Já sei voar um bocado, mas parece que volto pra gaiola, mesmo sabendo que ela está aberta. Como se meu voo livre necessitasse de proteção, de orientação, de colchão pra me proteger do chão. Ainda não voei na tão desejada asa delta. E isso não é só uma coincidência. Ainda existe em mim algum medo. De que? Da morte? Mas isso não faz sentido, se me perguntar te direi que não tenho medo da morte. Mas em mim ele ainda é, por vezes, sentido. E asa delta é voo livre. Deveria ser pra todos. Mas tem gente que não sabe andar nem de bicicleta...
Aquele grito preso na garganta, já anunciado pelas amigas anciãs, será que ele ainda está aí? Preso? Deve estar, por isso às vezes sinto a garganta secar. Ele já deu sinais de ecoar, ir pro mundo, se mostrar. Mas são pequenas amostras e, sair em doses, não faz ele se esgotar. Quiçá eu morra ainda tendo o que falar. Isso não é um desejo. Nem posso dizer que é isso o que eu vejo. Me vejo com clareza, mas não tenho claro controle sobre mim. Meu corpo físico, por vezes , é pequenino perto da imensidão de desejos e pensamentos sem fim. Noutras vezes, caibo perfeitamente dentro de mim.
Alongamento, meditação, sexo e natação, tudo isso ajuda.
Por que às vezes não consigo simplesmente abrir a geladeira e comer o que lá tem? Já sei que ficar com fome não me faz bem. Ainda está impregnado na minha educação não fazer bagunça na casa dos outros e não aceitar tudo que me oferecerem, afinal "você não é uma morta de fome". E assim eu me torno uma morta de fome. Esperando o que está reservado a mim e esquecendo que o que está ao alcance das mãos pode ser meu.
Hoje estou assim, me expondo em prosa. Mas a verdade é que não estou falando de mim. Falo daquela moça que ainda veste rosa.
Eu hoje, aceitei o drink de bom grado e sou grata de poder dormir ao seu lado.
Hoje tive que apagar, recomeçar. Nem sei se esta aqui ficará.
Hoje perdi o ônibus, esperei por horas para ir para perto dele, do mar. Mas a condução não veio, com isso perdi o rumo, deitei no escuro e lamentei.
Não entendo porque às vezes ainda não consigo simplesmente me divertir. Seguir em outra direção, me jogar por aí.
Já sei voar um bocado, mas parece que volto pra gaiola, mesmo sabendo que ela está aberta. Como se meu voo livre necessitasse de proteção, de orientação, de colchão pra me proteger do chão. Ainda não voei na tão desejada asa delta. E isso não é só uma coincidência. Ainda existe em mim algum medo. De que? Da morte? Mas isso não faz sentido, se me perguntar te direi que não tenho medo da morte. Mas em mim ele ainda é, por vezes, sentido. E asa delta é voo livre. Deveria ser pra todos. Mas tem gente que não sabe andar nem de bicicleta...
Aquele grito preso na garganta, já anunciado pelas amigas anciãs, será que ele ainda está aí? Preso? Deve estar, por isso às vezes sinto a garganta secar. Ele já deu sinais de ecoar, ir pro mundo, se mostrar. Mas são pequenas amostras e, sair em doses, não faz ele se esgotar. Quiçá eu morra ainda tendo o que falar. Isso não é um desejo. Nem posso dizer que é isso o que eu vejo. Me vejo com clareza, mas não tenho claro controle sobre mim. Meu corpo físico, por vezes , é pequenino perto da imensidão de desejos e pensamentos sem fim. Noutras vezes, caibo perfeitamente dentro de mim.
Alongamento, meditação, sexo e natação, tudo isso ajuda.
Por que às vezes não consigo simplesmente abrir a geladeira e comer o que lá tem? Já sei que ficar com fome não me faz bem. Ainda está impregnado na minha educação não fazer bagunça na casa dos outros e não aceitar tudo que me oferecerem, afinal "você não é uma morta de fome". E assim eu me torno uma morta de fome. Esperando o que está reservado a mim e esquecendo que o que está ao alcance das mãos pode ser meu.
Hoje estou assim, me expondo em prosa. Mas a verdade é que não estou falando de mim. Falo daquela moça que ainda veste rosa.
Eu hoje, aceitei o drink de bom grado e sou grata de poder dormir ao seu lado.
11 de jun. de 2015
NEGR.A
Prestes a dar a luz
Uma legião de anjos nos conduz
Amigos do mundo visível e invisível nos ajudam nessa missão
O canto ecoa. A letra é dada.
O corpo está pronto pra mais essa caminhada.
Tem espaço, tem som, tem cor, tem brilho
Tem ouvidos, tem olhos, tem alma e os amigos
Vamos de mãos dadas, coração aberto e passo firme
Trabalhar com verdade e amor o que nos define.
Uma legião de anjos nos conduz
Amigos do mundo visível e invisível nos ajudam nessa missão
O canto ecoa. A letra é dada.
O corpo está pronto pra mais essa caminhada.
Tem espaço, tem som, tem cor, tem brilho
Tem ouvidos, tem olhos, tem alma e os amigos
Vamos de mãos dadas, coração aberto e passo firme
Trabalhar com verdade e amor o que nos define.
28 de mai. de 2015
SILENCIE
me gritou o mundo
pra eu silenciar
dar um grito mudo
falar com olhar
as palavras soltas, se enrolaram ao revés
inventaram histórias me puseram num xadrez
quase me mataram, me obrigaram a falar
falácias da vida
ah
palavra pula da boca
ganha corpo e vai pra vida
gira mundo, se enrola
bla, bla, bla, bla, bla ....
é que palavra é feitiço que tem força de trovão
ela cria e recria
seja sussurro ou palavrão
sih.......
(música na madrugada)
17 de mai. de 2015
PIJAMA
de pijama o dia inteiro
acordei meio deprê
com saudade do seu cheiro
do braço, corpo inteiro
vontade de te ter
com fome de tudo
já dormi de jejum
num pessimismo mudo
ignorando o outro e o um
pra cozinha fui
pus panela pra esquentar
a energia do fogo flui
o batuque tá lá
o ouvido se abriu
a musica de ontem, hoje tocou mais bonita
sei que de mim você já riu
me falou, contou e repetiu
sou sua sorte, uma prenda da vida
7 de mai. de 2015
4 de mai. de 2015
SORTE
É chegado o momento de mais uma transformação. A teia cósmica
guia meus passos e me leva para o desconhecido. Para o oculto dentro de mim,
que se prepara para sair. Para se mostrar ao mundo e trocar energias com o
todo. Destinada a ser fonte inesgotável de riqueza firmo o compromisso de distribuí
- lá. Desapegar para ganhar.
3 de mai. de 2015
15 de abr. de 2015
A LUTA TEM QUE PARAR
Nunca fui de falar demais
Carrego mais essa característica das minhas ancestrais
De pensar calada, sofrer calada, servir calada e ser
violentada
Hoje essa violência já não é tão direta, às vezes é sim, mas
na maioria ela é discreta
Tem homem que te dá emprego achando que vai te comer
Tem moço que não te apresenta pra família branca pra te “proteger”
Tem cara, que te come, te consome e depois some
Tem de tudo pra reafirmar seu lugar como objeto nesse mundo
Eu observo
Quase sempre calada
Mas eu faço diferente, sigo por outra estrada
Primeiro eu choro, limpo o sangue e as mágoas
Eu choro muito... é que eu sou de água
Mas depois eu empunho minha espada, é que eu sou de fogo
E saio cortando essas ervas daninhas da estrada
Guerreira eu sei que sou
Ser mulher, negra, gorda, magra, alta, baixa, que fala,
calada, vestida ou pelada
É travar uma guerra todos os dias
A luta tem que parar
Mas somente quando a mulher deixar de ser vista e tratada como objeto e
puder lado a lado com um homem caminhar
7 de abr. de 2015
AS VÁRIAS IMAGENS DO AMOR
no papel ela me agradece pelo apoio e luz, me entrega o convite da festa, e revela que ajudei nos primeiros passos da profissão, missão na vida dela
num áudio gravado ela me diz que a semente se fecundou, e me entrega a alegria de ajudar no crescimento dessa flor
na conversa diária ele me fala de amor, de estar perto, de confiança e de calor
num sopro de vento ele me diz sobre esperança, gratidão, serenidade e perseverança
elas e eles somos um, unidos pelo amor comum
2 de abr. de 2015
EU SÓ QUERO FAZER MINHA PARTE E IR EMBORA
"Se eu quero deixar minha marca no mundo? Não. De jeito nenhum. Sabe o que eu quero? Eu quero que o mundo mude. Eu não quero ser lembrado. Eu só quero fazer minha parte e ir embora. Se lembrar faz parte do lance do mundo, isso é problema deles. Eu vou fazer minha parte. E todo mundo tem que fazer a sua. Não pelo que você vai ser lembrado, mas pelo que você acredita como ser humano. é pra isso que todo mundo devia vir ao mundo. Se você quer fazer as coisas porque quer ser lembrado, você só está fazendo por motivos pessoais. Faça as coisas simplesmente porque você acredita nelas. Um ser humano devia ser assim."
Fela Kuti
30 de mar. de 2015
FALTA
é que se eu ainda não sei andar de bicicleta e nem nadar como um peixe
é que ainda me falta muito
25 de mar. de 2015
PRECIOSA SOLIDÃO
e lá se foi ele, junto com o verão
eu cá fiquei pra curtir a minha preciosa solidão
nessa casa que é nossa e que tem ele em seus cantos
nessa nossa grande cidade, que tem seus encantos
essa partida não doeu
é forte a sensação de que está tudo certo
de que esse tempo é dele e meu
de que não deixamos de estar perto
sair da caixa que padroniza as relações
negar os clássicos padrões
nunca foi matéria fácil
mas me sinto a cada dia mais hábil
Deixa o futuro dizer
O que o tempo vai nos trazer
Tenho fé pra crer
10 de mar. de 2015
TEM MUITA LUZ
é que realmente não é nada fácil seguir enquanto nos
deparamos com tantos absurdos dessa nossa humanindade. A sociedade é cruel sim,
mas nós somos a sociedade. O egoísmo agride, a intolerância violenta, o preconceito mata... Haja lágrima pra lavar
tanta sujeira. Como disse um amigo dia desses: “o mal tá se achando, mas eu olho em volta e
vejo muita luz”. Eu vejo também, às vezes menos, quando tem muita cinza no ar. Tá
chovendo, tem plantas crescendo, tem amor crescendo. Não quero deixar de ver. Sei sim que o mundo é mal e bem, como eu. Mas
quero pedir pro bem seguir cantando pra eu poder dançar com sua música e não me
perder no labirinto do mal. É minha prece do dia.
6 de mar. de 2015
16 de fev. de 2015
ALIANÇA
quando pensei que era moderna
que não assistia ou atuava para um filme contemporâneo ultrapassado
veio a vida e me mostrou que não.
Mamãe eu sou careta
quando eu pensei que era esperta
que não precisava de cerimônias e ritos ensaiados
veio a vida e me disse um sim dentro do não
Eu sou ovelha negra
fugi do altar
rasguei o vestido
gastei em viagens o dinheiro da festa
não quis marcar
o dia num livro
deixei o destino cuidar de mais esta
quis mostrar pra mim e pra elas
que a felicidade não está nas convenções de papai ou mamãe
quis mostrar pra ele e pra eles
que pra estar junto não precisávamos de repetir os padrões
mas eu ainda acreditava em compromisso
queria um simbolo no dedo que reafirmasse isso
mesmo com o incomodo físico
eu queria e topava carregar aquele aro de ouro fino
então eu me lembrei do companheirismo
que nosso elo já existe desde que o olhar nos deu o primeiro aviso
que nossa união esta' alem do oceano e do abismo
que voamos juntos, livres e sem motivo
que temos o céu, a terra, o mar e os rios
que temos a america, a europa, a africa e o infinito
que podemos fazer do nosso jeito, por vezes isso, por vezes aquilo.
que não assistia ou atuava para um filme contemporâneo ultrapassado
veio a vida e me mostrou que não.
Mamãe eu sou careta
quando eu pensei que era esperta
que não precisava de cerimônias e ritos ensaiados
veio a vida e me disse um sim dentro do não
Eu sou ovelha negra
fugi do altar
rasguei o vestido
gastei em viagens o dinheiro da festa
não quis marcar
o dia num livro
deixei o destino cuidar de mais esta
quis mostrar pra mim e pra elas
que a felicidade não está nas convenções de papai ou mamãe
quis mostrar pra ele e pra eles
que pra estar junto não precisávamos de repetir os padrões
mas eu ainda acreditava em compromisso
queria um simbolo no dedo que reafirmasse isso
mesmo com o incomodo físico
eu queria e topava carregar aquele aro de ouro fino
então eu me lembrei do companheirismo
que nosso elo já existe desde que o olhar nos deu o primeiro aviso
que nossa união esta' alem do oceano e do abismo
que voamos juntos, livres e sem motivo
que temos o céu, a terra, o mar e os rios
que temos a america, a europa, a africa e o infinito
que podemos fazer do nosso jeito, por vezes isso, por vezes aquilo.
4 de fev. de 2015
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