AFINA O INSTRUMENTO

coloca uma saia
boa de girar
com renda nas pontas
feita pra dançar

colore as unhas
põe prata pra brilhar
colore a boca
num tom pra te enfeitar

cuida do corpo
que ele é seu reino
compareça na vida
faz parte do treino

o tempo passa e o corpo perece
é natural da vida
mas parece que às vezes você se esquece

dia virá em que todo seu eu será para do outro cuidar
mas ainda não
agora é hora de para si mesma se entregar

coragem de sair nas ruas
força para encontrar outras almas
carinho num rosto ainda sem rugas
mão estendida para ganhar beijo na palma

nem por um minuto se esquecer de cuidar do interior
mas durante toda a vida, lembrar que o copro também é seu instrumento do amor

ELEMENTO FOGO

fogo brando pode durar muito tempo, se o frio não for muito, ele até aquece
mas chama grande precisa de ser alimentada o tempo todo, se não, apaga

fogo a gente não guarda

é elemento que precisa de combustível e comburente
dois
às vezes cinza, às vezes fenix

é fonte de energia, calor, luz e alimento
ilumina, aquece, queima

TROCA

pro Rudolf Bogie

E NEM MESMO EM PENSAMENTO ELES POSSAM ME FAZER O MAL

ANCORAR MEU VELEIRO EM FLOR

Bem quero seguir o caminho do meio

Mas não estar no meio do caminho

Tampouco em cima do muro

O muro tem um dono bastante feio

Com o qual eu não divido meu ninho

Pois sei que não é nada seguro

Me diga qual é seu destino

Nem precisa dizer a rota

Nessa hora eu decido se vou contigo

Ou se te abandono nalguma estrada torta

é que daqui eu  já vejo onde preciso chegar

não me perco mais no tempo dos atalhos imprecisos

não há porque a gente se enganar

se nossos corações nos derem os avisos

vem leve me dizer para onde vais

está chegando minha hora de abandonar o cais

agora nos diremos se vamos no mesmo barco

ou se nadaremos sozinhos carregando nossos mastros

tem espaço

tanto dentro quanto fora

amarrarei  meu laço (e não o meu nó)

aonde o amor ancora

O MACHISMO DE CADA DIA

às vezes velado, noutras escancarado. é ele que te cega para sua própria ignorância. apoiado no seu falo você se acha o detentor do conhecimento. e as suas complicadas burocracias não passam de uma ilusão criada pelo seu lado macho para justificar a sua tão inalcançável superioridade. falácia.

tenho pena de você que ainda não se deu conta do tufão transformador que se aproxima. adapte-se meu caro. livre-se dessa casca grossa e pesada que te impede de caminhar. dança com a gente, canta com a gente, vem pra nossa ciranda, pra nossa roda da vida. saia. vista uma saia e sinta a liberdade entre as suas pernas.

eu te perdoo. e não porque a mulher foi feita para ser somente amor e perdão. mas porque o ser humano deve ser amor. independente do tamanho do pau que, definitivamente, não é documento.

MAIS QUE SAGRADO

"se o coração é um acumulador e transmutador de energias, então deverão também existir as melhores condições para despertar e atrair essas energias  A condição mais fundamental é o trabalho, tanto mental, quanto físico. Nesta ação, reúnem-se as energias do espaço. Mas é necessário compreender o trabalho como preenchimento natural da vida. Portanto, cada trabalho é uma graça, enquanto que o sofisma da inação é o mais prejudicial no sentido cósmico. Amar o trabalho infinito é já uma iniciação significativa; ela prepara a vitória sobre o tempo. A condição da vitória sobre o tempo garante um degrau no mundo sutil, onde o trabalho é uma condição tão necessário como o é no corpo físico. Qualquer queixa contra o trabalho só pode vir dos escravos do corpo".

AGNI YOGA SOCIETY

BENZIDA

"dá licença pra eu incensar"

NÃO SE IMPORTA

É que esta maré não há de ser para enlouquecer

Tanta ressaca, marola, marasmo

Cai na real e se encontra num abismo

Na cisterna da infância, que se afogou sem perceber

São altos e baixos sempre perigosos

é o tombo que o terapeuta vai te fazer relembrar

mas não o chá

ele apenas te fortaleceu os ossos

este esqueleto que nunca quebra

que quando trinca se refaz

tem músculos de uma pantera

e uma pele que nunca jaz

é mais adentro que a corda rompe

num equilíbrio que não existe

numa depressão que não se esconde

é o extremo no seu limite

foge pro circo (não com o circo)

veja se aprende a se equilibrar nas pontas

sobe no tecido

que do alto, a sua cabeça o chão aponta

de ponta cabeça

andando numa corda

faz graça

ri por fora

fica muda, não escreve, não liga, não se importa

dorme, acorda, dorme, acorda, dorme, acorda, dorme, acorda, dorme, acorda, dorme ...