11 de jun. de 2012

HISTÓRIAS, EU TENHO MUITAS


hoje me vi caminhando por um bairro onde várias pessoas andavam com corações nas mãos. fui percebendo que algumas tinham o peito vazio e um coração na mão. outras com o coração no lugar, levavam também um outro na mão.  algumas ainda carregavam, além do seu coração no peito, um coração diferente em cada uma das mãos. aos poucos fui me deparando com algumas que andavam de mãos e peitos vazios e, quase sem perceber, tropecei em um coração no chão. vi que além dele tinham muitos outros por ali. em uma rua sem saída encontrei um velha senhora que me convidou a sentar e me contou a história do bairro. disse ela que ninguém sabe quem foi o primeiro a ousar, mas que depois dele todos queriam experimentar aquela sensação. “você coloca seu coração na mão de um alguém e se sente ali aquecido, protegido e livre ao mesmo tempo, amado, cuidado, querido, relaxado e ao mesmo tempo com a adrenalina correndo nas veias. mas com o tempo aquela mão, que era antes tão confortável, vai se fechando, você sente aquele aperto no coração  e por vezes se sente mesmo sufocado. uns morrem ali. há também aquelas mãos que não conseguem te sustentar e de deixam cair no meio do caminho. histórias de coração eu tenho muitas, menina”. foi o que me disse ela, que tinha um grande coração que já nem cabia no seu peito. ela mesma o carregava com as suas duas mãos.  me comovi.  mas eu continuo achando que lugar de coração é dentro do peito.

Um comentário:

  1. à cabeça, tem hora, faz bem viajar.
    mas ao coração, não costumo indicar.
    ponha o seu no lugar.

    o meu tá dependurado no pescoço.
    as vezes se enrola, me chegando a sufocar.
    mas é que tenho que mante-lo bem amarrado.
    ele costuma querer voar.

    quando voa, costuma ir sozinho,
    sem pé nem cabeça.
    to tentando adestrar.

    fale pra esse velha,
    queria eu saber saber carregar dentro do peito,
    sem precisar de acorrentar.

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