8 de abr. de 2012

ENTREVISTA 1

Quem é você?
Sou aquela que pega e faz.


E é feliz com aquilo que faz?
Quase sempre não. Mas sou feliz por fazer.


E por que não é feliz com o que faz?
Não é que eu não seja inteiramente feliz, algumas vezes até sou... Mas sou exigente, crítica, gosto do que é bonito, gosto do belo, do bem feito e sei que não faço tudo assim, por isso não me sinto satisfeita. Mas fico feliz por me ver fazendo, gosto da minha capacidade de produção e da minha insistência. Embora algumas vezes, ache minha insistência burra.


E mesmo assim segue fazendo?
Sim. Porque acredito na capacidade de aperfeiçoamento dos seres. Eu mesma já melhorei tanto... mas há algumas coisas que sempre serão como são. Por isso às vezes burra... rsrs


E pode me falar algumas das coisas em que melhorou?
Na minha arte, na minha expressão, na minha compreensão e, claro, cada dia mais sagaz! Hehehe...


Na sua arte... você é artista? Como se denomina?
Difícil... fácil...
Não sou atriz, não sou cantora, não sou poetisa, não sou nem modelo. Ah e também não sou historiadora, apesar de formada. O que acontece é que amo arte e me entrego por inteira naquilo que me proponho, ou naquilo que me propõem fazer. Amo o palco (da vida), gosto da estética da expressão. Gosto de ser vista e ouvida, assim como gosto de ver e ouvir. Por vezes tenho vergonha dos meus sons e imagens.. precários... mas sigo ousando e dou uma chance para a menina dentro de mim aprender a aperfeiçoar. Isso é a vida né? A vida é arte!
Quando me perguntam digo que sou produtora.


E por que se diz a cada dia mais sagaz?
Sagacidade é a arte de aprender com os erros da vida e não tornar a passar por eles. Sejam erros meus ou dos outros. É também aprender com os acertos e já saber qual caminho percorrer para chegar aonde quer.


E o que mais te faz aprender?
O amor. E o não amor... talvez seja tudo a mesma coisa.


Pode explicar?
Posso falar horas e não vou conseguir explicar... talvez quando eu morrer...
O que sei é que toda essa complexidade é invenção minha, assim como é invenção também de todos aqueles que pensam assim. Quisera eu ser simples. Quisera eu não ser tão dramática... coisas de leonino (assim como o amor à arte, a exigência, o prazer em se mostrar...), dizem!
O amor e o não amor estão dentro de mim e sou eu quem tenho que cuidar do meu jardim. O outro é parte do todo, mas o outro é um reflexo meu assim como eu sou um reflexo do outro. E a minha parte é cuidar de mim para que eu goste do que vou ver no reflexo. Todos os erros e acertos que me fizeram aprender, até então são responsabilidade minha. Mas eu não tenho noção do tamanho desta responsabilidade. Deveria ter, mas ainda há tanto que aprender.
É mas fácil ver tudo no outro, embora eu nunca vá saber o que se passa verdadeiramente dentro do outro. Difícil saber até o que se passa dentro de mim. Difícil, fácil...
Eu avisei que poderia falar horas e que ainda assim não iria explicar. Tentar explicar algumas vezes é uma atitude burra. Cada um entende o que quer. Estou na fase de tentar me explicar para mim.


Ok, e quem você quer ser?
Quero ser aquela que pega e faz. Mas que fique cada dia mais feliz com seus feitos.


Por hoje é só. Obrigada pela entrevista. Espero que possamos nos falar novamente em breve!
Eu que agradeço, vocês me fizeram bem nessa noite!


Sorte nos seus trabalhos!
Obrigada!

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