14 de jul. de 2013

SIGO

Ela tem aproximadamente 52 anos, é linda, forte, séria, namora um jovem de, talvez, 38 anos. É talentosa, reconhecida, grande mulher. Hoje a vi limpando o chão com um rodo e um pano, pouco antes de sua peça começar. Ela é múltipla e admirável. Se ela é feliz, não sei. Ninguém nunca sabe se o outro é de fato feliz. O que sei é que ela vive, caminha, ao menos aparentemente, incansável. E me admira muito ver a caminhada dela. Ela é uma grande mulher, ela vive arte, ela é arte.

Das coisas que eu gosto muito, uma é pisar em folhas secas.

Pra que serve a arte? Pra que serve a ciência? Pra que serve a tecnologia? Pra que serve a filosofia? Pra que serve pisar em folhas secas?

Eu desejo nunca ser medíocre, nunca ser egoísta, nunca ser arrogante, nunca ser imparcial à dor do outro.
Eu desejo que minha vida seja um constante caminhar em busca de beneficiar o maior número de seres possível.  Eu desejo o bem e a paz. Mesmo compreendendo a violência, eu não a aceito. Em nenhuma hipótese.  Eu sou muito inocente, às vezes.

Eu me perdoo, eu confio em mim, eu me aceito, eu sei que vou melhorar.

Ele tem 20 anos, é bonito, tem uma suavidade juvenil. Não se tem uma namorada, ou mais de uma. Pouco sei sobre ele. Hoje o vi hora representando, hora sendo ele mesmo. Saber tão pouco da historia dele já me fez chorar. Hora de alegria, hora de tristeza, hora de emoção.  Ele vive arte, ele é arte.

Eu sou um ser extremamente emotivo, que vive dentro de uma casca de racionalidade. Sou grata a esta racionalidade que tantas vezes me faz sofrer menos.  Sou grata a tanta emoção que tantas vezes me faz chorar mais.

 O riso, de onde vem?

“Nós somos medo e desejo”. Eu busco não ser um nem outro, sei que não vou alcançar. Mas vou caminhar, sempre.  Pra que serve a arte?

Eu vou caminhar



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