Ela tem aproximadamente 52 anos, é linda, forte, séria,
namora um jovem de, talvez, 38 anos. É talentosa, reconhecida, grande mulher.
Hoje a vi limpando o chão com um rodo e um pano, pouco antes de sua peça
começar. Ela é múltipla e admirável. Se ela é feliz, não sei. Ninguém nunca
sabe se o outro é de fato feliz. O que sei é que ela vive, caminha, ao menos aparentemente,
incansável. E me admira muito ver a caminhada dela. Ela é uma grande mulher,
ela vive arte, ela é arte.
Das coisas que eu gosto muito, uma é pisar em folhas secas.
Pra que serve a arte? Pra que serve a ciência? Pra que serve
a tecnologia? Pra que serve a filosofia? Pra que serve pisar em folhas secas?
Eu desejo nunca ser medíocre, nunca ser egoísta, nunca ser
arrogante, nunca ser imparcial à dor do outro.
Eu desejo que minha vida seja um constante caminhar em busca
de beneficiar o maior número de seres possível. Eu desejo o bem e a paz. Mesmo compreendendo a
violência, eu não a aceito. Em nenhuma hipótese. Eu sou muito inocente, às vezes.
Eu me perdoo, eu confio em mim, eu me aceito, eu sei que vou
melhorar.
Ele tem 20 anos, é bonito, tem uma suavidade juvenil. Não se
tem uma namorada, ou mais de uma. Pouco sei sobre ele. Hoje o vi hora
representando, hora sendo ele mesmo. Saber tão pouco da historia dele já me fez
chorar. Hora de alegria, hora de tristeza, hora de emoção. Ele vive arte, ele é arte.
Eu sou um ser extremamente emotivo, que vive dentro de uma casca de racionalidade. Sou grata a esta racionalidade que tantas vezes me faz
sofrer menos. Sou grata a tanta emoção que
tantas vezes me faz chorar mais.
O riso, de onde vem?
“Nós somos medo e desejo”. Eu busco não ser um nem outro,
sei que não vou alcançar. Mas vou caminhar, sempre. Pra que serve a arte?
Eu vou caminhar
doce valentia!
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