1 de dez. de 2011

MAR ADENTRO

Mais uma travessia, e nessa eu já me vou de olhos fechados.  Mas sinto tudo. Sinto os cheiros, sinto os gostos. E as lágrimas escorrem sem explicação. É um turbilhão que me leva. Me leva a fome, me leva as forças, me leva toda pra me devolver dobrado. Me devolver um bocado de um grande trabalho que há de ser do bom. Essa menina que não sabe, mas sente, o tamanho da responsabilidade, chora, chora, chora e limpa. E busca força nas entranhas e se entrega para o que tem que ser e só percebe o tanto que a vida é maior que seus pequenos desejos. E quanto são fortes os seus internos desejos. Essa vida é da minha alma. É a ela que devo servir e para ela vou trabalhar. O que há de vir, virá. Só o que de fato é poderá se mostrar. A cabeça lateja os pulsos do coração.

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