Eu dirigindo meu carro (como uma só pessoa...). As janelas
do carro totalmente abertas, passo por uma rua cheia de lixo jogados ao chão. A
velocidade do carro produz um vento que levanta os papeis do lixo, um deles
entra dentro do meu carro. Automaticamente
tiro o papel de dentro do carro e jogo de volta na rua. Um ônibus pára ao lado
do carro, uma pessoa dentro do ônibus me vê jogando o papel na rua. Morro de
vergonha... me arrependo amargamente de ter jogado o papel na rua, mesmo ele já
sendo um lixo da rua que entrou dentro do carro. Ainda assim, não tenho
justificativa para mim mesma.
O garçom nos entrega a conta do bar. Consumimos 4 sucos e 2
porcões. A conta estava errada. Falo com
o garçom que faltou incluir uma porção na conta. O garçom agradece, pede
desculpas e vai consertar a conta. Minha amiga, companheira de mesa, me olha
com cara de “por que”, mas não chega a verbalizar seu pensamento. Ela também
está tentando ser uma pessoa melhor. Mas se o garçom trás a conta errada não seria
culpa nossa, certo? Não. Eu não podia fingir que não vi. Eu não teria
justificativa para mim mesma.
Uma prima volta para o ex-namorado, não assume mais que a relação
seja um namoro, mas eles estão tão juntos quanto sempre. Ela que, por 10 anos,
se manteve fiel, agora trai com grande prazer em contar para as outras
mulheres. “Ele jamais aceitaria um relacionamento aberto, então eu traio e
finjo que sou fiel”! Ela tem sua justificativa. Eu não tenho uma justificativa
para mim mesma.
Uma mãe mata o cachorro de estimação da filha envenenado com
chumbinho. A filha está inconsolável e não
consegue entender o “porquê de tamanha maldade”. A mãe diz que, na verdade,
colocou veneno para matar a gata e não o cachorro. “Foi puro azar o cachorro
ter comido”. A filha não se consola e diz que sofreria tanto quanto se a gata
tivesse morrido. Ela ama os bichos e agora esta de luto pela morte do
cachorro/filho e pela maldade da mãe. A mãe já se justificou. Eu não teria uma
justificativa para mim mesma.
Três primas combinam de matar envenenada com chumbinho a
madrasta de uma delas. Uma compraria o veneno, a outra envenenaria a madrasta e
a terceira colocaria o corpo em seu carro para consumir com o defunto. O crime não chega a acontecer. Uma quarta
prima entra na historia e conta para o pai que a filha dele pretendia matar a
madrasta. Fica o dito pelo não dito. O assassinato não aconteceu e ninguém precisou
se justificar. Eu jamais teria uma justificativa para mim mesma.
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