15 de jun. de 2013
MULHER
o sangue que de dentro de mim sai, todos os meses, é a mais sincera expressão do que sou. da dor que sinto, que fica dentro, que não sai pela boca, não sai pelos poros, nem nas lágrimas dos meus olhos. as lágrimas limpam minha visão, mas o sangue é a dor que sai. é a morte de um mês. é a dor da mulher que sou e que todos os meses escorre em sangue. agora você é mulher e sangrará sempre até ficar mais próxima da luz e menos da humanidade. assim como era antes de você começar a sangrar. até lá, sangre. a dor física por vezes será mais forte do que aquela dor que não é só física. mas até quando você não sentir, ou se esquecer da dor, você sangrará. por vezes, você sentirá prazer sentindo o sangue descer por entre suas pernas. mas não se esqueça: é sangue. sua sina é sangrar: mulher. a pausa existe enquanto você gera outra vida. porque o sangue é seu e não dá vida no seu ventre. minha dor escorre em sangue. e é isso que me faz viver.
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